terça-feira, 2 de abril de 2013

BRICS criam fundo para evitar crises cambiais

Terça-Feira, 02 de abril de 2013


Os líderes do grupo emergente BRICS- Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - aprovaram ontem a criação de um fundo de cemmil milhões de dólares (78,2 mil milhões de euros), para travar futuras crises nos mercados cambiais.

"O estabelecimento de um fundo de reserva auto-gerido vai ter um efeito preventivo positivo, ajudar os países BRICS a impedir o surgimento de pressões de liquidez no curto prazo e dar apoio mútuo uns aos outros, reforçando assim a estabilidade financeira", disse o presidente sul-africano Jacob Zuma, após o encontro dos líderes dos cinco países em Durban, África do Sul.

Segundo o ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov, a China deverá contribuir com a maior parte do financiamento do fundo, na ordem dos 32 mil milhões de euros, enquanto que Brasil, Rússia e Índia deverão cada um entregar 14 mil milhões de euros. Como economia mais pequena, a África do Sul deverá contribuir com quatro mil milhões de euros, embora as quantias exactas que serão entregues por cada país ainda estão a ser negociadas.

Os BRICS, que representam 43% da população mundial e detém em conjunto reservas de moeda estrangeira no valor de 3,44 biliões de euros, tentam através desta iniciativa aumentar a sua importância nos mercados financeiros e enfrentar os efeitos negativos da política expansiva dos grandes blocos. Nos últimos anos, os países emergentes têm sido atingidos por variações abruptas nos mercados cambais, causadas pelo facto das taxas de juro estarem próximas do zero nos EUA, Japão e Europa, e de Washington, Londres e Tóquio terem levado a cabo vários programas de criação de moeda.

Estas iniciativas dos países ricos têm levado à desvalorização do dólar e da libra, afectando a competitividade das exportações dos BRICS para a Europa e os EUA, causando assim um abrandamento do crescimento do Brasil e China. Ao mesmo tempo, os investidores têm procurado investir o seu dinheiro nas economias com maior dinamismo, tendo o forte influxo de capital causado sérias pressões inflacionistas na China e Brasil.

O quinteto continua, no entanto, a marcar passo na criação de um banco de desenvolvimento com capital de 39 mil milhões de euros, que faria concorrência ao Banco Mundial - visto como dominado pelo Ocidente - na concessão de créditos às infra-estruturas nas economias emergentes. Os líderes dos BRICS concordaram que a ideia é "viável", mas não chegaram a acordo nem sobre o local da sede, nem o financiamento. (Fonte)
Postado por: NewsComex - Comércio Exterior e Logística em 28/03/2013

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