quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Governo desiste da meta de exportação para 2012

CÉLIA FROUFE / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Distante ainda US$ 100 bilhões da meta de exportação fixada para este ano, o governo brasileiro desistiu do objetivo de vender no mercado externo US$ 264 bilhões em produtos e culpou a crise internacional pelo recuo. "O governo não vai atingir a meta", admitiu ontem o secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Alessandro Teixeira.
Um novo parâmetro para 2012 deve ser traçado, mas o secretário argumentou que é preciso aguardar o desfecho da greve de órgãos que interferem no comércio exterior para se ter um quadro real do que foi vendido até o momento pelo País. A "briga" do MDIC será manter o nível das exportações registrado no ano passado, de US$ 256 bilhões.
"Não queremos cair disso, mas dependemos da economia internacional, e não de nós", ressaltou Teixeira, acrescentando que o governo tem adotado medidas para estimular a indústria e as vendas externas. "Estamos lutando fortemente para manter as exportações no mesmo patamar do ano passado, que foi recorde."
Apesar do recuo, a avaliação do secretário é a de que o impacto da turbulência sobre as exportações brasileiras este ano tem sido mais leve do que o verificado no primeiro momento da crise, em 2008 e 2009.
Prova disso, segundo ele, foi o superávit comercial de US$ 3,2 bilhões de agosto. O resultado foi o segundo melhor para o mês, perdendo apenas para 2011, que foi recorde.
O saldo do mês passado também foi o maior do ano até agora. Até então, o mais robusto era o de maio, de US$ 3 bilhões. A secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, salientou que o saldo de agosto poderia ter sido melhor caso a greve de servidores já tivesse terminado. No ano, o saldo da balança está em US$ 13,2 bilhões, um terço menor do que o verificado no mesmo período do ano passado.
Minério. A média diária das exportações caiu 14,4% em agosto, em relação ao mesmo mês de 2011, para US$ 973 milhões. Praticamente metade desse recuo (45%) foi atribuído por Tatiana à queda do minério de ferro, principal item da pauta exportadora brasileira. Dados do MDIC revelam que a queda do valor desse produto só no mês passado gerou uma recuou de 38,3% no saldo das vendas , para US$ 2,8 bilhões. Pesou mais sobre a influência da commodity na balança o preço, que caiu 27,3% na comparação com um ano atrás. Mas o efeito da diminuição das vendas (15%) também foi significativo.

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